As Unidades de
Policiamento Comunitário (UPCs) terão as viaturas adesivadas com arte, que faz
alusão a um selo, orientando a população a denunciar crimes de violência
doméstica e familiar. A ação é uma realização da Secretaria de Políticas para
as Mulheres (SEPM), e tem como objetivo informar e oferecer um atendimento mais
humanizado para quem procura os serviços da segurança pública nos referidos
casos.
A informação foi repassada
pela secretária da SEPM, Luci Tavares, durante o Curso de Formação de Multiplicadores
Militares, ocorrido na semana passada, na UPC do Igarapé da Fortaleza, em
Santana, O evento aconteceu graças a uma parceria com a Escola de Administração
Pública (EAP), Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública (SEJUSP) e
Polícia Militar (PM). Os policiais vão atuar na prevenção e no atendimento às
ocorrências de violência doméstica e familiar
O curso teve uma carga horária
de 12h e formou 25 policias. Eles também serão os multiplicadores do
conhecimento adquirido, levando informações aos demais colegas de trabalho.
Foram
quatro dias de aprendizado nas várias palestras ocorridas durante o evento, e
que oportunizou o aperfeiçoamento e novas habilidades, tanto operacionais,
quanto comportamentais.
"Acredito
que conseguimos alcançar nossos objetivos, contribuindo com a prevenção,
punição a erradicação da violência doméstica e familiar, através da oferta
deste curso. 25 sementinhas foram plantadas, mas que darão bons frutos e elas
se multiplicarão", disse otimista, Luci Tavares.
Entre os ensinamentos, a
pedagoga Sandra Cardoso palestrou sobre a Rede de Atendimento à Mulher e sobre
os Direitos da Mulher e Lei Maria da Penha. Temas estes que estão mudando a
história da violência doméstica e familiar no país.
"Os
casos de violência doméstica e familiar, envolvendo mulheres, não aumentaram.
Elas agora estão tendo coragem de denunciar", disse a pedagoga, em relação
ao número de ocorrências de mulheres que procuram delegacias e a Rede de
Atendimento a Mulher.
Complementando a temática Lei
Maria da Penha, a delegada Antônia Vilani, titular da Delegacia de Crimes
Contra a Mulher (DCCM), contribuiu falando das ocorrências mais frequentes e
como lidar com as situações envolvendo a diversidade de gênero.
"A
Lei Maria da Penha teve algumas alterações. Entre elas, agora até uma ameaça
garante à mulher, recorrer a uma Medida Protetiva de Urgência (MPU)",
informou a delegada.
Pensando na administração de
conflitos interpessoais, esse assunto foi discorrido pelo integrante da Guarda
Municipal de Macapá e Segurança Pública do Amapá, Fernando Lourenço da Silva
Neto, que trouxe a velha lição de que o diálogo ainda é a melhor solução.
"Se
o parceiro ou parceira estão fazendo alguma coisa que não agrada, se tenta
primeiro uma conciliação", orientou Lourenço
Já a psicóloga do Tribunal de
Justiça do Amapá, Camila Loiola Santos, trouxe respostas para o porquê delas
não irem embora, além da compreensão dos aspectos que levam a mulher à condição
de submissa e dependente emocional.
"Em
alguns casos a submissão leva a mulher as mesmas consequências de uma
dependência de substância química. Elas precisam se manter afastada do parceiro
agressor, caso contrário, se reconciliam e voltam a sofrer agressões. Sem
contar com a baixa estima que elas acabam adquirindo", relatou a palestrante.