PNAD 2012: As mulheres no Amapá têm
média salarial mais alta do que São Paulo e Rio de Janeiro
As mulheres de 15 anos ou mais que estavam empregadas no
Estado do Amapá tinham, em 2012, rendimento mensal médio - incluindo a inflação
- maior do que em São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, segundo a amostra do
IBGE.
No Amapá, a média salarial das mulheres foi de R$ 1.480.
Já em São Paulo, o rendimento mensal médio era de R$ 1.472, enquanto no Rio o
mesmo índice estava em R$ 1.407. A menor média salarial foi registrada nos
Estados do Piauí e de Alagoas (R$ 838).
Em Brasília, por sua vez, estão os rendimentos médios
mensais mais altos do Brasil, tanto para homens (R$ 3.145) quanto para mulheres
(R$ 2.356).
Dados da Pnad 2012 (Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios), divulgados na sexta-feira (27), mostram que os
homens ainda ganham mais do que as mulheres, e que a diferença entre os
salários voltou a crescer após dez anos em declínio. No ano passado, o
rendimento médio mensal das mulheres era equivalente a 72,9% do dos homens. Já
em 2011, tal proporção era maior: 73,7%.
Quanto
aos números absolutos, já com a correção da inflação, os homens
recebiam uma média salarial de R$ 1.698,00 - R$ 100 a mais do que em 2011. As
mulheres, por sua vez, ganhavam R$ 1.238,00 - R$ 60 a mais. Os
resultados mostram que houve uma interrupção da tendência de aproximação dos
salários.
Desde 2004, quando a proporção registrada pela Pnad foi de
63,6%, as mulheres estavam cada vez mais perto de ter rendimento igual ao dos
homens. De 2009 a 2011, o salário médio mensal real das mulheres cresceu R$
452, e a proporção passou de 67,1% (2004) para 73,7% (2011). Em 2007, ocorreu
uma leve variação no número, que praticamente permaneceu o mesmo.
Em dez anos, segundo o IBGE, houve diminuição de quase dez
pontos percentuais na desproporcionalidade salarial entre homens e mulheres.
"As mulheres são a maioria da população, mas ainda são a minoria no
mercado de trabalho, embora esse número tenha crescido", afirmou a técnica
da Coordenação de Trabalho e Rendimento, Adriana Beringuy.
Os dados usados pelo IBGE sofreram alteração em 2012. Até este
Pnad o salário era computado para os maiores de 10 anos, agora, apenas os
empregados com mais de 15 anos entram nos dados. O órgão informa que a mudança
é apenas um ajuste, com pouco impacto no resultado final.
EDUCAÇÃO
As mulheres são maioria entre os
brasileiros com ensino médio e superior. Enquanto elas estão 15% mais presentes
no ensino médio, a diferença chega a 36% mais mulheres com ensino superior do
que homens. Mais de 8 milhões de brasileiras estudaram mais de 15 anos contra 6
milhões de homens.
Os homens, mesmo tendo menor número
de pessoas com cinco anos ou mais, têm mais analfabetos. São 9,2 milhões
de não alfabetizados contra 8,9 das mulheres. Eles também se declaram mais
proporcionalmente como negros e pardos.
INFOGRÁFICOS
A região Norte é que possui menor desigualdade entre os salários de
homens e mulheres: proporção de 84,42%, sendo esta uma
tendência que se manteve em relação a 2011. Já na região Sul, as mulheres
recebem, em média, até 69,27% do rendimento masculino.
1/3 das mulheres recebe até 1
salário mínimo
Outra
forma usada pelo IBGE para verificar a diferença entre o rendimento de homens e
mulheres é por meio da proporção de pessoas que recebiam, em 2012, até um
salário mínimo. Segundo a Pnad, 23,7% dos homens empregados recebiam até um salário mínimo,
enquanto para as mulheres este percentual era de 33,3%.
Além disso, havia proporcionalmente mais mulheres
empregados sem remuneração ou que recebiam somente em benefícios (9%) do que
homens na mesma condição (4,9%).
Mulheres
desocupadas
Do total de pessoas consideradas desocupadas no país, isto
é, as que não trabalham e estão à procura de emprego, as mulheres são maioria:
57,8%. Ainda assim, houve uma leve redução nesse quesito em relação a 2011.
No ano passado, foram contabilizadas 6,1 milhões de
pessoas que se declararam desocupadas, das quais 3,5 milhões eram mulheres.
Entre elas, 2,3 milhões afirmaram que já haviam trabalhado antes, e pouco mais
de um milhão disse nunca ter trabalhado.
Já em 2011, das mais de 6,6 milhões de pessoas que estavam
desocupadas, 3,9 milhões eram mulheres.
Tal como observado por Adriana, embora sejam maioria em
relação ao contingente populacional, as mulheres ainda são minoria no mercado
de trabalho. Das quase 94 milhões de pessoas empregadas em 2012, 54 milhões
eram homens - predominância de 57,6%.
Fonte: PNAD
Aroldo Pedrosa/SEPM